sábado, 23 de julho de 2016

Tua Terra



para um amigo poeta.

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Bendize a terra, cujos espinhos te feriram,
pois te fizeram ver  que a vida se sobrepõe à dor.
Bendize os que ao passar não te notaram,
pois assim te forçaram a prosseguir,
quando te trataram com tanto desamor...

Bendize os que te humilharam,
te machucaram, te esqueceram
nas esquinas cinzentas e frias,
pois tais atitudes tão hostis e falhas
levaram-te a saber que vencerias!

Um hino de sinfonia bela
tocou tuas células pensantes,
fazendo-te acertar na boa escolha
de partilhar poesia tão singela...

Marcou-te o tempo de seres curado;
reconheceres e amares outros ares;
desafiando a fraqueza, e enfim descobrindo
que todo sofrimento, apesar de sua rijeza
valeu como um perfeito aprendizado.

" Num  poço, para que o balde tenha água pura,
precisa primeiro, vazio e cadente
deslizar-se por parede úmida e escura.
E após abastecido, subir pleno,
a fim de saciar a sede dos viventes".

Que tuas lágrimas e emoções sejam de agradecimento,
pois poucos são os que conseguem sofrer
e reconhecer que a vida é bela
em todas as estações e seus momentos.

Não sejam lágrimas lodentas e com ranço, 
resquícios das gélidas águas já passadas.
Antes, sejam águas de um rio que corre manso
refrescando teu suor na caminhada.

 e revelando cada vez mais o coração honroso
de um menino poeta,  como DEUS bem quis:
do poeta que há de ser sempre corajoso;
Valente, que ri e chora, pois que é feliz!

É minha também esta história.
E digo-te porque, caro poeta:
No meu viver a ter mais lutas do que glórias,
já passei pelos descasos da sarjeta.


Mas foi assim que aprendi; e emocionada
bendigo minhas lágrimas e dores
Pois foi através delas que na caminhada
eu pude vencer meus grandes dissabores.

E ver DEUS, que então, tudo podendo,
deu-me O SEU FILHO, a morrer na Cruz!
Senti com isso que às vezes, só sofrendo
é que consigo enxergar JESUS

que pelos humanos, sofreu dor e zombaria;
homens pelos quais se ofereceu por puro Amor.
Mas sempre insiste em retornar um dia
para deles extirpar o choro e a dor!

Retorna, então, à tua terra velha!
E faze isso com Perdão e Fé!
Chame-se ela Gália, ou Cabrália,
ou outras tantas mais. Ou Avaré!

   

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