terça-feira, 13 de novembro de 2012

RAÇA EM EXTINÇÃO


Sofro, Senhor, por não mais suportar
O fardo tão grande e pesado
De um mundo cruel, onde o pecado
Se apossa do humano, para o exterminar...

Sopra as Luzes do Bem, por Ti acesas;
Destrói Caminhos, arrebentando trilhos.
E na podridão de suas vis proezas,
Faz dos homens loucos andarilhos...

Sinto minha geração, já velha e só...
A última de osso e carne neste plano.
As que estão chegando após nós,
Parecem ser de plástico, metálicas ou de pano...

Perdeu-se a capacidade de raciocínio.
Nas máquinas está todo o seu fascínio...
Jovens cavam suas próprias sepulturas
Nas cavernas barulhentas, violentas e escuras...

Nem crianças quase as vejo mais,
Mas sim mini adultos prepotentes.
Por não sentirem a necessidade de ser gente,
Não conseguem se ver como mortais...

Lar, hoje se confunde com república;
Pai é sinônimo de pensão ou de mesada;
Mãe é vista como dona da pousada,
E filho virou propriedade pública...

Isto porque os pais, há muito ausentes,
preferem, em vez de Amor, só dar presentes...
Assim se torna tão só e infeliz
o ser que não enxerga além do seu nariz...

Amigos são os da internet, os das baladas,
das máquinas quentes, das drogas pesadas,
da maconha, da vodka, da cerveja...
Estão nas classes altas, medianas e pobres.
Não se importam que a gente os veja
transtornados, deprimentes e tão podres...

Estragam outras vidas... matam à toa...
E ainda se passam por  gente boa...
Não querem Tua Luz... não buscam Esperança...
Vão presos, mas pagam fiança...

“Mulher maçã”, “mulher melancia”,
“mulher filé”, “ miss bumbum”, “ mulher pêra”...
E é nessa imensa baixaria
Que se leveda tanto fedor, tanta sujeira...

E a gente vai engolindo tudo isso
Pelos canais abertos  de TV que buscam IBOPE
E nos distanciando mais e mais de Cristo,
Corremos para a morte, à galope...

Que triste, Senhor, admitir que faço parte
De uma raça já quase extinta pelo engano...
O ser humano é tua grande arte,
Mas opta por ser de plástico, metálico ou de pano...

Longe estou de me diferir da raça...
Nada possuo de bom que Te mereça.
Mas, para que eu alcançasse Tua Graça,
Tu me deste a Te escolher como Cabeça!

Minha alma, Senhor, em Ti espera!
Mesmo convivendo com tanta iniqüidade.
Após cumprir meu tempo nesta esfera,
Contigo estarei na Eternidade!


                                                                Heloísa, janeiro/2012.