terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

ISAENA ZAC

                      

Carrego no pensamento

Um fato que nunca some:

Trouxe-me constrangimento

A falta de um sobrenome.
               Quis por bem, certa pessoa
               Filósofa ou futurista,
               Presentear-me com o nome
               De uma talentosa artista.
Foi assim que em minha vida
Já tão tenra, tão pequena,
Fiz juz ao modesto nome,
Porém lindo! HELOISA HELENA,
               Pois descobri que Heloísa
               Significava “luz”.
               Assim foi que consolei-me,
               Tornando-me mais feliz!
Dou graças sempre ao Bom Deus
O não passar pela fome,
Pois sei que é bem mais difícil
Do que não ter sobrenome.
               Ganhei um certo apelido
               Esquecido bem depressa,
               Pois um moleque atrevido
               Resolveu pregar-me peça.
Pode parecer triste
A história que relato,
Mas digo que nela existe
Humor dos bons, e de fato!
               Sentia-me diferente
               Por ter nascido sinistra,
               Mas o fato mais picante
               Coube a quem nos registra:
A história é complicada,
Porém a quero escrever,
Pois que só fui registrada
Oito anos após nascer.
                Isto porque, a escola
                Que me aceitou no momento,
                Exigia com freqüência,
                Registro de nascimento.
Finalmente, o documento
Veio de Peabiru, Paraná...
Mas, eu nasci em Cabrália...
Sou paulista, o que é que há?
               Entre mim e minhas irmãs
               Existia diferença
               A qual não era pequena:
               Enquanto assinavam “Valença”,
               Eu assinava “Helena”.
                    Ao fazer a identidade,
 Assim me sucederia
 A grande dificuldade:
 Que nome apresentaria ?
                Usaria “Martins Alves”,
                Sobrenome do vovô ?
                Diria então ser “Valença”?
               Ou Heloísa Helena, só ?
 - Nome completo! – exigiram.       
- Heloísa  Helena, com agá.
- Sobrenome, por favor!
-  É o mesmo, ora vá!
- Vê se não brinca, menina!
Por incauto não me tome!
Não consigo imaginar
Alguém sem ter sobrenome.
              -  Está bem! Então, que seja
              -  HELOISA HELENA SÓ.
              -  E como devo escrevê-lo ?
              -  Somente o “S” e o “Ó”?
Finalmente, me casei;
Sobrenome assim ganhei,
E como o acho belo!
Foi aí que me vinguei,
E bem legível assinei:
Heloísa Helena Zachello.
              Eis que algo me desperta
              Nas letras que ora escrevo:
              Fiz há pouco a descoberta
              Que completa este meu trevo:
Há algo comum entre o meu nome,
E o que  me emprestaram,
Pelo qual  eu também zelo:
É o Helo de Heloísa;
É o Hele de Helena;
É o hello de Zachello.
               Tomem como brincadeira
               O que passo a escrever,
               Pois não desfarei este elo,
               Aconteça o que acontecer:
“...Se um dia me obrigassem
A  devolver o sobrenome
Que ao casar me valeu,
Seria somente o ZAC,
Pois o Hello já é meu!”...
               E pra que não se cogite
              Que fico com “L” alheio,
               Tanto “Helô” quanto “Helena”
               Possuem “L” no meio.
Portanto, tenho dois deles;

E não leso a ninguém!

“Heloísa” tem seu éle,
e “Helena” também tem!
                Isaena Zac são partes
               Que apenas com este elo,
                Dão por completo o meu nome:
                   Heloísa Helena Zachello.

2 comentários:

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  2. Helo, há males que vem para bem! Nem Martins Alves, nem Valença me cairiam bem! Nem o Antonio peguei! Prefiro me chamar Zachello só!!!

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